quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Perigos da automedicação!

Temos uma profissão  de grande exigência. Começa desde logo pelas dificuldades na interpretação  da caligrafia médica, passando pela complexidade dos nomes dos medicamentos e substâncias activas. Com tanto nome semelhante não basta ler de relance os nomes das substâncias activas.

A prova do mesmo é a situação que aconteceu ontem na farmácia.
No que toca a opióides, apenas um farmacêutico experiente consegue enumerar mais substâncias activas desta categoria, que toxicodependentes. Mas mesmo eles, com vasta experiênciana área, têm que se concentrar quando toca a lidar com nomes de medicamentos. 

Acontece que um dos toxicodependentes que diáriamente toma a sua dose de metadona na farmácia onde trabalho "leu" Dihydrocodeine Hydrochloride numa garrafa de xarope que efectivamente dizia Dicycloverine Hydrochloride. Fazendo uso de alguma experiência na arte do roubo e de bastante ousadia conseguiu roubar essa mesma garrafa de xarope sem que ninguém se tivesse apercebido. Este facto foi-nos reportado no dia seguinte por um conhecido deste mesmo indivíduo, tenho acrescentado que terá bebido a garrafa toda e que não se terá sentido muito bem durante o resto do dia.

Ora uma garrafa de xarope de um antimuscarínico de golada deve, no mínimo, dar um secão do caraças e uma bexiga do tamanho de um garrafão de cinco litros. 

Ainda nos rimos um bom bocado à custa disto. Haveria outras alternativas na prateleira que também lhe teriam dado a lição necessária.


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