terça-feira, 31 de maio de 2011

Eleições 5 de Junho - já votei, foi assim:

Boas tardes,
Ora aí estão à porta as eleições legislativas. Se há coisa que me irrita é a atitude indiferente da maior parte da população em relação às eleições, revelada em taxas de abstenção de mais de 60%. Considero uma atitude deste tipo uma enorme falta de respeito para com aqueles que ainda há poucas décadas sofreram e morreram para que hoje tenhamos este direito básico da vida em sociedade. Obviamente que tenho estado fisicamente impedido de votar nas eleições dos últimos anos, por isso desta vez decidi recensear-me no consulado de Manchester com a devida antecedência.

Também cá no Reino Unido estamos recenseados para votar nas eleições locais, o que fazemos sempre. Como trabalhamos a tempo inteiro aquando do recenseamento optamos pelo voto por correspondência e desde então nunca falhamos um acto eleitoral. Eis como se processa: Com algumas semanas de antecedência recebemos um envelope com tudo o que é necessário para votar, ou seja, um boletim de voto e um envelope que se coloca dentro de um segundo envelope com franquia pré-paga. Resumindo, consigo votar em dois minutos e meter o envelope no marco do correio sem gastar um tostão. Se por acaso me atrasar e deixar para o último dia posso passar numa das assembleias de voto no dia das eleições e deixar lá o meu boletim de voto.

Continuando o primeiro paragrafo, lá tratamos do recenseamento no consulado de Manchester com a devida antecedência necessária de 60 dias e onde ficamos a saber que a votação iria ser efectuada por correspondência. Recentemente lá fiquei todo excitado quando recebi por correio todo o material necessário para votar!
Tinha uma ideia em quem votar e por isso quis tratar logo de tudo. Assim a acompanhar o boletim de voto tinha a necessária folha de instruções que seria só seguir:

1) No boletim de voto marque com uma cruz o quadrado da força politica que escolheu - "fácil"

2) Dobre o boletim de voto em quatro e introduza-o no sobrescrito verde - "fácil"

3) ...pegue no sobrescrito branco - onde já está impresso o seu nome, morada, consulado e país e preencha o espaço destinado ao seu nr de eleitor .... - "Que raio, se sabem todos os outros detalhes certamente que poderiam ter metido também o meu número de eleitor! Deixa-me ler o resto e depois vou à capa dos documentos procurar o número de leitor"

4) ... Introduza, também, dentro do sobrescrito branco uma fotocópia do seu cartão de leitor, se o tiver ou certidão comprovativa da inscrição no recenseamento eleitoral... - "Sim, vou já ter uma fotocopiadora em casa... já vi que já não consigo votar hoje.. Tenho que procurar essa papelada e ainda ir ao post-office tirar uma fotocópia.

5) Está tudo pronto para seguir para o correio. Mas, antes disso, não se esqueça de pôr selos de correio necessários e, se possível, registe. - "#%"&"?* ... é isto que é o simplex?? "

mais abaixo diz:

Tenha atenção que o seu voto será considerado válido se, além das condições atrás referidas, a correspondência respeitar os seguintes requisitos:
- Ter saído do país de origem o mais tardar no dia da eleição (5 de Junho)
- Ter chegado ao centro de apuramento em Lisboa, até o mais tardar, no dia 15 de Junho.

"Ganhaste Sócrates, fica com o c@ra%l&; do poleiro... ah e muito obrigado pela carta que me enviaste e explicar porque deveria votar em ti"

Peguei na papelada e zás direitinho no lixo.. aliás na reciclagem. "Votação feita", dever cumprido.
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Fiquei perfeitamente revoltado... Sei que esta atitude contradiz tudo o que disse acima, mas sinceramente, quatro anos depois de ter mudado para um país civilizado já não tenho paciência para isto. A gota de água foi o facto de ser absolutamente aceitável que o meu voto chegue a 15 de Junho!! Se calhar vai ser nessa data que vão verificar as cartas que receberem. Certamente não vão ficar às espera dessa contagem para anunciar o novo primeiro ministro e tão pouco vão mostrar nos noticiários qual a votação dos emigrantes uns 10 dias depois do acto eleitoral.

Gostaria também de saber qual a necessidade de enviar cartas registadas para Lisboa quando temos consulados por toda a Europa que poderiam comunicar os resultados tão rapidamente como qualquer assembleia de voto no dia das eleições.

Aceito comentários que digam que já que estou emigrado nem direito ao voto deveria ter. Se calhar também outrora me questionei sobre isso, mas a verdade é que agora vejo os emigrantes como pessoas tão interessadas ou provavelmente mais ainda com os destinos do nosso Portugal. Além disso numa balança económica tão fraca como a nossa, com exportações muito atrás das importações, é preponderante o dinheiro que entra em Portugal fruto das remessas dos emigrantes.. E com esta vaga de emigração cada vez mais o será.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Chickenpox parties

Mais uma boa destes ingleses,

Foi pouco tempo após a minha chegada aqui ao UK que tomei conhecimento deste tipo de "festas" que obviamente têm bastante relevância no meu dia-a-dia profissional: Chickenpox parties. No Sábado passado enquanto trabalhava na farmácia da terriola o tema veio novamente à conversa e daí me ter lembrado deste post.

Ora bem, para quem não sabe chickenpox significa Varicela em português. Como é do conhecimento geral é uma infecção viral altamente contagiosa que quase todos acabamos por contrair durante a infância/adolescência. Causa febre, e umas borbulhas que aparecem pelo corpo todo e que dão muita comichão. ( ou erupções cutâneas muito pruriginosas se assim preferirem). Raramente surgem complicações desta infecção aguda, após a qual o organismo adquire imunidade. Se porventura o primeiro contacto com o vírus ocorrer na fase adulta, a infecção tende a manifestar-se de forma mais severa e perigosa.

Sabendo destas premissas, de que a doença é altamente contagiosa e de que acarreta maior perigosidade quanto contraída na fase adulta os bifes lembraram-se então desta verdadeira genialidade que são as chickenpox parties. Quando uma criança apanha a varicela, a mãe lá "convoca" todas as amigas mães de crianças não imunes para uma festa de troca de estirpes virais. As crianças lá ficam todas entretidas na sala com os brinquedos durante umas horitas enquanto mas mamãs bebem uns copitos de vinho no jardim e falam da Coronation Street (novela cá do sítio).
Eu próprio, profissional de saúde, tenho algumas dificuldades em argumentar de forma lógica contra esta prática. Tal como as mães dizem, é melhor em criança do que em adolescente ou na fase adulta, e além disso já sabem que uma semanita depois da chickenpox party lá começarão os sintomas e já podem estar prevenidas com paracetamol, antihistamínico e loção de calamina.

Realmente a primeira vez que me contaram sobre isto fiquei verdadeiramente estupefacto, mas a verdade é que faz sentido já que os mais crescidos participam eles próprios em outras festas de partilha de agentes infecciosos, nomeadamente as Chlamydia parties que ocorrem em qualquer cidade do país às sextas e sábados à noite...lol

domingo, 29 de maio de 2011

Lost in translation

Terça-feira, 24 de Maio, 21h00:

Continuava a trabalhar na minha farmácia habitual e já tínhamos as tarefas do dia-a-dia da farmácia completas (contar receitas, organizá-las, etc etc). Eu comia uma banana e a C. ( ainda com a pancada de comer saudável ) comia brócolos crus de uma couvete e ervilhas cruas ainda semi-congeladas! (ainda provei uma ervilhita mas disse náahh).

Como é habitual levo a C. a casa (e com todo o gosto) no fim deste turno, mas não tinha gasóleo nenhum e sabendo o que ela sofre para ir às comprar por não ter carro decidi perguntar se ela queria ir ao Tesco (hipermercado com bomba de gasolina) onde meteria gasóleo e também dava uma vista de olhos nas promoções de final de dia.

Enquanto mexíamos nos respectivos telemóveis a fazer tempo:

Eu: Do you want to go to Tesco tonight?
C.: Excuse me!!!!!!??
Eu: Yes, why not?
C.: ("Vermelha como um tomate")
...
C.: What did you say again?
Eu.: If you want to go to Tesco tonight

C.:  bhaaahh (a rir-se como uma perdida)
C.: I thought you said "do you want to have sex tonight"


Ainda bem que clarificamos tudo logo ali, caso contrário, o eu dirigir-me para o parque de estacionamento de um hipermercado às 23h00 não seria totalmente descabido!!

Entretanto este episódio tem sido motivo de galhofa na farmácia durante a semana toda. Já fui incusivé convidado por outras técnicas da farmácia a ir ao ASDA, Sainsbury e Spar...lol
Na quinta-feira quando voltei novamente à farmácia já nem me lembrava disto e fui imediatamente chamado à parte pela proprietária e superintendent da farmácia que com uma cara muito séria me disse que tínhamos de ter uma conversa muito séria sobre o meu comportamento com determinados membros do staff... Bem, manteve a cara muito séria durante uns dois ou três segundos para depois se desfazer a rir dizendo que tinha achado um piadão e que no dia anterior (quarta que não fui trabalhar) tinham passado a dia a brincar com isso.

É por estas e por outras que adoro trabalhar onde trabalho. Ao contrário do que seria de esperar, (patrões são patrões) sinto-me extremamente confortável a trabalhar com o casal de farmacêuticos proprietários da farmácia. Há uns meses atrás cheguei às 15h00 para começar o meu turno e estava lá a farmacêutica proprietária e uma farmacêutica candidata a ficar com uma vaga disponível na farmácia e que estava lá a trabalhar um dia à experiência. Tomei a liberdade da seguinte atitude:

Farmacêutica à experiência: Hello, my name is F.
Eu: Hi, I'm Eugénio, nice to meet you
F. I know, I was told all morning that you are the best pharmacist ever ( não sei bem se em tom de gozo ou não)
Eu: (com uma cara séria/hostil e a apontar-lhe o dedo) And I'll remain the best here even if you get the job. (e virei costas)
A proprietária: Passado uns segundos escangalhou-se a rir e eu virei-me novamente a dizer que estava a brincar.

É apenas um exemplo de cumplicidade e proximidade entre os trabalhadores e patrões. (ao invés do tradicional Dótor pra cá e Dótor pra lá de Portugal).

Entretanto na próxima semana começa a trabalhar na minha farmácia um farmacêutico espanhol que acabou por ficar com a vaga. Parece um tipo muito porreiro que não conhecia antes mas cuja esposa já tinha conhecido há uns dois anos.

Afinal sou Portista ferrenho!

Não consigo deixar de assinalar esta época do grande FCP aqui no blog.

Pensava eu, inocentemente, que já tinha celebrado ao vivo e a cores o meu FCP a vencer tudo que há para conquistar e que portanto nunca  voltaria a sentir aquela excitação que senti durante os anos de faculdade em que celebrei nas ruas do Porto coisas como um pentacampeonato e uma liga dos campeões entre muitas outras coisas... pensava isso até esta época de 2010-2011!  Eis que se formou novamente uma equipa capaz de "apaixonar" novamente os adeptos, de não apenas vencer mas de convencer batendo todos os records e ainda acabar a época a ganhar a Taça com goleada e vencer e Taça Uefa com percurso de goleadas...

Melhor que uma época assim só mesmo ter o prazer de ver um Barça a jogar um futebol como o que jogou na final e ver o SC Braga a fazer algo de inimaginável.

A Taça Uefa é uma grande conquista, que fica realmente bem no palmarés, mas que a meu ver é algo de muito mais fácil do que por exemplo uma meia-final de uma liga dos campeões... Como já tinha visto o FCP a ganhar este troféu até comecei a escrever aqui um post a dizer que apoiava o Braga para vencer a Taça Uefa. Acabei por não publicar o post e até foi melhor assim. Pensava eu (e continuo a pensar agora a frio) que teria sido muito melhor e algo de fantástico a vitória do Braguinha na Uefa, mas assim que o árbitro apitou para o início da partida o adepto do FCP que há em mim apareceu e mais ferrenho que nunca... (shame on me).

Enfim, isto de ser apoiar um clube de futebol tem muito pouco de racional e muito mais de emocional. Podemos de mudar de mulher, de país, de profissão, de orientação sexual ou até de perfume mas de clube nunca!!
Engraçado também é o facto de termos sempre muito "orgulho" nas nossas cores clubísticas, sendo que nos raros casos em que essa preferência não nos foi imposta por influência familiar, foi uma decisão tomada de forma inconsciente numa altura em que achávamos normal urinar contra qualquer parede, roubar rebuçados na mercearia ou ir ao confesso à Igreja contar ao padre quantas meninas tínhamos apalpado e quantos pneus das bicicletas doutros meninos tínhamos furado. Muito mais raro é ver manifestações de "orgulho" próprio por boa conduta na sociedade ou acções de solidariedade... Dá que pensar.

É verdade que o Vilas-Boas fez um excelente trabalho esta época e que o trio de ataque Hulk-Falcao-Varela é genial, mas o grande responsável é sempre o mesmo: Pinto da Costa.


Discurso épico! Um carisma e sentido de humor únicos, um sotaque nortenho cerrado, uma pinta de mafioso ainda mais abrilhantada pela nova namorada (Brasileira de vinte e tal anos) fazem dele a personagem mais amada/odiada de Portugal. Um verdadeiro case-study de gestão e administração de uma instituição.

PS1: Foto acima de um encontro Portugal vs Blackpool há umas semanas atrás
PS2: Ferrenho é muito diferente de fanático
PS3: Agora só quero saber do FCP na Champions League. Para o campeonato vou seguir (de perto) outro clube.
PS4: Tenho medo do jogo da supertaça europeia... muito medo :/

domingo, 15 de maio de 2011

Estatísticas de um ano de trabalho - 2

Ora viva,

Ora aqui vai um post com pouco interesse para a maior parte dos que passam por cá. Porém, numa minoria, poderá despertar curiosidade.

Mais um ano passou desde este post e a minha situação profissional continua a mesma: Locum Pharmacist ("Farmacêutico a recibos verdes")

Ficam aqui as estatísticas do ano 2010/2011:
(entre parêntesis o ano 2009-2010)




Nr de companhias de farmácias onde trabalhei: 4 (5)
Nr de farmácias diferentes em que trabalhei: 6 (15)

Distância da farmácia mais próxima: 0,4 milhas (0,64km)    (1,3 milhas (2,09km))
Distância da farmácia mais distante: 25 milhas (40,2km)   (40,5 milhas (65,2km))

Mínimo nr de horas num dia: 3 horas  (1 hora)
Máximo nr de horas num dia:  13,5 horas  (13 horas)

Início mais cedo: 7h00 am (7h00)
Fim mais tarde: 23h00 pm (22h30 pm)

Dias que não trabalhei: 151 dias (148 dias)
Dias em que trabalhei: 213 dias (217 dias)


Maior número de dias consecutivos de trabalho: 6 dias (7 dias)
Maior número de dias consecutivos de folga/férias: 15 dias (16 dias)

Dias da semana em que trabalhei:
Segunda-feira: 42 vezes (43 vezes)

Terça-feira:    47 vezes (46 vezes)
Quarta-feira:   5 vezes  ( 4 vezes)

Quinta-feira:   47 vezes (46 vezes)
Sexta-feira:    47 vezes (44 vezes)
Sábado:         20 vezes (28 vezes)
Domingo:       5 vezes (6 vezes)

Dias em que trabalhei em 2 farmácias diferentes: 8 vezes (8 vezes)

Total viajado: (casa-farmácia-casa, via michellin):  6171,4 milhas -9931,9 km (6062,9 milhas ( 9757,3 km)) 





Acabei de fazer agora estes totais e comparações com o ano anterior, e como reacção inicial fiquei surpreendido com tão pouca variação de um ano para o outro! Não me tinha apercebido de tal coisa.
A única diferença a destacar é o facto de cada vez menos experimentar farmácias diferentes. Sinto-me mais confortável a trabalhar em farmácias onde conheço o staff e onde sei com o que posso contar.


O objectivo mantém-se em trabalhar cada vez menos e folgar cada vez mais. 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Piri Piri

Piri piri é muito bom, com certeza, mas este post não falará de malaguetas e condimentos que tais.

Como já tinha dito antes a malta emigra aqui do Northwest senta-se à mesa com bastante frequência (a famosa "confraria dos almoços").
Desde a última vez que reportei aqui no blog, já nos juntamos na Cumbria, para um fim de semana absolutamente fabuloso que envolveu mais do que um simples almoço, e agora mais recentemente em Ormskirk.

Ora bem, não era justo deixar de fazer publicidade a este restaurante de Ormskirk. Depois de um test-drive por parte de alguns confrades lá ficou marcado o ajuntamento dos emigras tugas para inícios de Abril no Restaurante Piri Piri em Ormskirk.
Com algumas ausências de peso e algumas estreias (como acontece sempre) lá nos sentamos à mesa pelas 13h00 de onde apenas saímos quase pelas 17h00... Foi a verdadeira definição de banquete... Só para terem uma ideia, no final sobraram natas (pasteis de nata) absolutamente deliciosas, o que foi a prova viva de que o estômago humano tem capacidade limitada.

No final ainda fomos a um Pub beber uma pint. Foi um dia do melhor, com um tempo anormalmente bom. Acrescento ainda que houve gente com idade para ter juízo que foi para casa com uma "carroça" que valha-me Deus...

A reter deste post fica o facto de que realmente este restaurante é um sitio a visitar. Aliás, praticamente todos os confrades já lá voltaram em outras ocasiões, onde somos realmente bem tratados, com um serviço e comida de alto nível.

Mais importante ainda será falar do próximo ajuntamento de emigras tugas. Acontece que um dos participantes deste almoço se mudou para a "posh" cidade de Oxford lá para o sul da Inglaterra. Consequentemente ficou combinado que por 5 de Junho, dia de eleições em Portugal, o pessoal se irá sentar novamente à mesa algures em Oxford. Ora bem, como tem acontecido sempre, há sempre elementos novos em qualquer destes almoços, e para que isso continue a acontecer aproveito esta oportunidade para deixar o convite aos "blogs amigos" que queiram aparecer. No mínimo (caso a restaurante não esteja ao melhor nível), será uma bela tarde de convívio a partilhar histórias de vida e a falar em bom Português.

PS1: Pelos vistos não há restaurante tuga em Oxford, pelo que será outra cozinha qualquer.
PS2: É deixar comentário ou enviar-me email a manifestar interesse no almoço.
PS3: Reparo agora que o facto de ter aumentado de peso no último ano talvez possa estar associado a esta temática predominante dos meus últimos posts sobre comida e bebida

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Tenerife

Ora viva,

Ora seguindo a norma de relatar as minhas aventuras com 1 ou 2 meses* de atraso cá vou falar das nossas férias em Tenerife.

Um mês depois de termos ido esquiar com um grupo muito à maneira, chegou a altura de marcar umas férias a dois. Obviamente que, com medo de represálias, a tarefa foi automaticamente delegada para a Ana. A praia não me diz nada (foras as gajas em biquíni e topless) por isso qualquer destino me é indiferente. Uma semana antes (!! mesmo à queima) lá ficou escolhido que iríamos visitar as Canárias, mais precisamente a ilha de Tenerife.

Sinceramente pensei que iria ser algo tipo Palma de Maiorca, que não tinha sido propriamente do meu agrado, mas a verdade é que provou ser um sitio à maneira. Este post serve na sua essência para informar que Tenerife realmente vale a pena, mesmo para quem não gosta de praia.

Basicamente, tivemos temperaturas de 26-30ºC no inicio de Março, ficamos num hotel 4 estrelas com tudo incluído (! comi e bebi que nem um alarve) e ao pé da praia e ainda alugamos carro para sacar uns piões..


A grande expectativa que tinha de antemão era o facto de Tenerife ter um vulcão! Vulcão esse que é o ponto mais alto de Espanha (Monte Teide).. Adorar natureza, gostar de caminhadas e estar numa ilha com um vulcão "did it for me"...

Este vulcão tem uma cratera de 16 km de diâmetro e uma altitude máxima de mais de 3700m. Depois de procurar um pouco na net lá decidimos o percurso a seguir para chegar lá cima. Estacionamos no parque de estacionamento onde muitos turistas estacionam a 2200m, mas ao contrário da maior parte que apanham o teleférico, nós decidimos avançar para uma caminhada "alternativa" com uma previsão de pelo menos umas 5 horitas com pouco fôlego.

Devo dizer que subestimei o efeito da altitude numa situação de esforço físico. Nunca tinha estado tão alto, portanto estava curioso. Certamente que a minha anemia congénita também não me ajudou muito, mas o que é certo é que durante a última hora de caminha, foi necessário parar frequentemente. Logo no inicio da caminhada encontramos um caminhante solitário com o qual metemos conversa. O facto de ser checo foi o suficiente para termos motivos de conversa para mais do que 5 horas.
Quanto à paisagem foi absolutamente deslumbrante.. Acordar ao pé da praia, caminhar até ao cimo de um vulcão coberto de neve e regressar no fim do dia exausto novamente à praia é "priceless"

Fica aqui o video da minha pessoa a fazer papel de idiota...já estava cansado..



Tudo aquilo que possa parecer terra ou lama é rocha vulcânica!

Aqui link para álbum de fotos:

Obviamente que as férias envolveram muito mais, piscina, comer, beber, piscina, ler muitas revistas da área da farmácia (sim, sou cromo!), passeios, animação de altíssima qualidade do hotel, vencer um torneio de ping-pong e ganhar diploma disso, visitar o Louro parque (espécie de Zoo), conhecer ilha de carro, praia, piscina, comer, beber.

Admito que o apelo deste modelo de férias onde se apanha muito sol, se come e bebe bastante está a ganhar terreno em relação às férias "aventura"...

*Para que ninguém possa seguir o meu rasto

Inté

(Tenho tido tanto tema para escrever aqui, e por uma razão ou outra não "acontece".)